Por que na maioria das vezes que vemos o termo Lean, ele está acompanhado da palavra Cultura?

A palavra Lean tem sido bastante utilizada nos últimos tempos, tanto nos setores da indústria (onde teve suas origens) quanto nos setores de comércio e serviços.

A prática Lean teve origens na Toyota (Japão), após a Segunda Guerra Mundial e surgiu, como alternativa para ser um diferencial entre os seus concorrentes através da melhoria contínua de processos, desperdícios e qualidade.

Essa estratégia de negócio (TPS — Toyota Production System) se propagou nos demais países e empresas mas foi só em 1990 que o termo Lean apareceu pela primeira vez no livro “A Máquina Que Mudou o Mundo” de Daniel T. Jones e Daniel Roos, como Lean Manufacturing ou Manufatura enxuta.

Foi então que os primeiros desafios começaram a aparecer. Nas empresas de outros setores que queriam trabalhar com o TPS, em suas linhas de montagem e, também, na própria Toyota, quando ela decidiu levar as suas fábricas para terras ocidentais, como os EUA, por exemplo.

Um dos responsáveis por essa grande operação foi o engenheiro americano John Shook. Ele trabalhou por 11 anos na Toyota (Japão) e, quando os primeiros veículos começaram a ser produzidos nos EUA, perceberam uma divergência entre os padrões de qualidade e desperdício praticados no Japão versus os da nova fábrica nos EUA.

Shook entendeu que a diferença não estava no TPS, aplicado nos EUA, estava na diferença de cultura entre os americanos, latino-americados e os japoneses.

E, para ajudar a explicar essa mudança ele desenvolveu o Modelo de Mudança Cultural(veja o modelo abaixo, fonte: www.ciandt.com) que tem como objetivo mostrar uma nova forma de pensar, um novo jeito de transformar uma cultura.

Nele, ele explica que no Modelo Antigo (muito parecido com a maioria dos modelos de aculturamento atuais da grandes empresas) os executivos estabelecem a nova Cultura, em seguida, é feita a comunicação dos novos Valores e Atitudes esperadas e então as pessoas mudam a Forma como elas fazem as coisas.

E, no Modelo Novo, primeiro devemos mudar o que Fazemos, experimentar coisas novas, estarmos abertos para novas experiências e então, vamos perceber novos Valores nesse approach e por fim, transformar a nossa Cultura.

Portanto, quando falamos de Lean, o top-down não é efetivo, não se sustenta no longo prazo.

Não existe o “vamos implementar o Lean” e sim o “vamos começar a experimentar o Lean”! É uma jornada de transformação que só começa e começa com cada um de nós, através do exemplo.

Convido-o a experimentar novas formas de, mais do que trabalhar, novas formas de pensar. Um novo mindset.


Obrigado pela leitura!

Meu nome é Victor Catisse e minha paixão é ajudar pessoas a trabalhar de forma eficiente e eficaz.

Aqui vocês encontrarão insights práticos sobre Carreira, Coaching e Filosofia Lean aplicados ao dia-a-dia corporativo.

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